Prevenção que salva vidas: A importância do diagnóstico precoce do câncer colorretal

Everton Berger

Gastroenterologista

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Introdução

O câncer colorretal (CCR) é o termo utilizado para o câncer que acomete o intestino grosso e reto. Ocupa o segundo lugar na incidência entre homens e mulheres no País. Para cada ano do triênio 2020-2023, o INCA estima mais de 40.900 novos diagnósticos.

O CCR se apresenta com diversos sinais e sintomas e normalmente é caracterizado por provocar sangramento retal, alteração do hábito intestinal, anemia e perda de peso. Normalmente quando estes sintomas aparecem a doença já se encontra em um estágio mais avançado. Quando descoberto em indivíduos assintomáticos apresentam change de cura em mais de 90% dos casos.

Os fatores de risco da doença estão relacionados ao estilo de vida, como o consumo de alimentos ultra processados, obesidade, sedentarismo, tabagismo, condições genéticas e hereditárias ou ocupacionais.

 

Como rastrear e descobrir o câncer precocemente

A colonoscopia é o exame mais sensível para o rastreamento porque pode identificar e tratar lesões pré cancerígenas (pólipos intestinais) ou carcinomas em estágio inicial, precoce.

Antes da colonoscopia pode estar indicado a pesquisa de sangue nas fezes, método de triagem, não invasivo e, se positivo, a colonoscopia é mandatória.

O principal objetivo do rastreamento do câncer colorretal é diminuir a mortalidade da doença, realizando diagnósticos mais precoces e tratando a doença de forma curativa.

 

Fique atento aos sinais de alerta

O rastreamento é destinado a pessoas assintomáticas.

Se houver sintomas, uma investigação diagnóstica deve ser realizada imediatamente. Sinais de alerta incluem:

  • Sangramento nas fezes.
  • Mudança persistente no funcionamento intestinal (diarreia ou prisão de ventre).
  • Alteração na aparência das fezes (ex: fezes muito finas).
  • Dor abdominal persistente.
  • Perda de peso não intencional e anemia.
  

Principais recomendações para o rastreamento do cancer colorretal

Para indivíduos com risco moderado (sem histórico familiar ou sintomas):

  • Iniciar o rastreamento a partir dos 45 anos de idade.
  • Frequência: Colonoscopia: A cada 10 anos se o resultado for normal.
  • Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF): Anualmente. Se o resultado for positivo, uma colonoscopia deve ser realizada para investigação adicional.

Para indivíduos com alto risco:

  • História familiar de câncer colorretal ou pólipos; Síndromes genéticas e hereditárias; História de doença inflamatória intestinal.
  • Iniciar o rastramento aos 40 anos ou 10 anos antes do parente mais jovem afetado, o que ocorrer primeiro.
  • Frequência: Colonoscopia: A cada 5 anos se o resultado for normal.

Para paciente acima de 75 anos:

  • A desisão deve ser individualizada baseada no estado de saúde do paciente e a decisão conjunta entre médico e paciente
  • Acima de 85 anos somente em caso de real necessidade, não sendo necessário realizar rastreamento.
    

Para saber mais:

Colorectal cancer screening for average-risk adults: 2018 guideline update from the American Cancer Society — DOI: https://doi.org/10.3322/caac.21457

ACG Clinical Guidelines: Colorectal Cancer Screening 2021 — DOI: https://doi.org/10.14309/ajg.0000000000001122

INCA: Rastrear para prevenir: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/revista_rc48-02_prevencao.pdf

Dr Everton Berger Médico Gastroenterologista CRM 13.989 | RQE 11.578

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